Hoje eu me vi correndo, sorrindo entre os bancos daquela igreja. Tão pequena, tão ingênua...acreditava na felicidade como que extraída do céu. Então, consegui ver que eu estava ali, sozinha com minhas lembranças, distante de tudo que um dia eu sonhei, distante inclusive de mim mesma.
Fui lembrando lentamente dos meus amores. As lembranças iam surgindo involuntárias e me fazendo passear por campos já tão guardados, ou subtraídos. Enquanto as pessoas rezavam, eu flutuava entre meus maiores momentos...os que me causaram dores irreparáveis. Eu tentei lembrar com alegria e até consegui por breves instantes, tão breves quanto foram na realidade.
Descobri que amei sozinha, que quis errado, que criei campos imaginários. Decepcionei-me comigo mesma, quando percebi que ninguém pode assumir essa culpa além de mim. Mas é claro que essa consciência já está aqui há muito tempo e eu sei que venho desistindo mais facilmente, só não sei se por medo ou por cansaço> acho que as duas coisas na mesma proporção.
Ontem chorei porque percebi que estava voltando a sonhar e nesse gesto fui infeliz. Caí novamente de um lugar mais alto. Ousei como aquela criança na igreja, mas ela já não vive...Durante minha elevação, senti o vazio, pensei que nem mesmo Deus pode me entender...lamentei pensar assim, reprimi esse sentimento, só não posso negá-lo, ele existiu, ele persistiu...
"...e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios." (C.L)
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