sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Quis o Infinito na Hora


Havia um certo desejo que os aproximava desde o primeiro instante. Havia também a tensão de não saber lidar com aquele sentimento imediato, nem de saber encarar a realidade que insistia em separá-los. Logo que se conheceram não inventaram o encantamento mútuo, ele emanou. Algumas pessoas comentaram a ligação entre eles. Brincando, leram além da aparente amizade uma forte conexão.



Ela percebeu rápido, se fez de forte e simplesmente esqueceu que aquilo poderia ser possível. Ele deve ter feito a mesma coisa, mas sorrateiramente surgia para alegrá-la. Sempre se entenderam, se escutaram na profundidade. Era como uma linguagem secreta que criaram ou que apenas ambos conseguiam decifrar. Foram pouquíssimas conversas, contudo imensamente marcantes.



Os destinos eram opostos. Um intervalo se abriu entre eles. Com ela, muita coisa aconteceu - foi feliz e infeliz muitas vezes. Ele seguiu o curso natural e feliz de sua vida. Só suas almas não se esqueceram. E foi por causa disso que nunca se abandonaram completamente. Apesar de distantes sabiam que uma força os unia.



Tentaram vencer o medo, discutiram sobre isso muitas vezes e sempre acabaram sublimando suas decisões internas. No fundo, a todo momento, quiseram entender o que aconteceria. Resolveram juntos, sem saber que não iriam mais desitir. A hora foi imaginada. os dias foram passando e ela pensou que não aconteceria e ao pensar nisso sentia um misto de alívio e lamentação.


Ele possivelmente também imaginou a não concretização desse encontro. Para ele pesava o preço dessa decisão. Sua honestidade não tornava natural aquele fato. E ela o conhecia tanto que preferiu deixá-lo decidir; nunca quis influenciá-lo tampouco confundí-lo. Além disso se protegia do próprio medo que sentia, já que lhe foi proibido sonhar com esta história. Mas ela não conseguia negar a vontade de viver tal momento, mesmo sem haver expectativa. Em seu coração havia a certeza de que seria mágico. De todas as formas, lhe animava imaginar que o veria novamente, tão perto, tão real.



Assim eles se lançaram no desafio feliz daquele encontro.

No início, o dia parecia normal, mas quase não conseguiram esquecer que em pouco tempo estaríam lado a lado. Se prepararam o dia inteiro. A hora chegou. Eles parecíam confortáveis. É aquele tipo de conforto de almas irmãs...Nem se lebravam mais que fazia muito tempo que não se viam.



Por um momento ela acreditou que tudo já estava perfeito, que não precisava acontecer mais nada, pois já estava feliz o suficiente. Eles conversaram, cantaram, se encantaram...não sentiram frio, nem sono, só a alegria de viver tudo como tinha que ser....e viveram de tal forma que jamais possam esquecer.Essa é a única certeza que restou, porque o depois é muito incerto.



Ela está lutando pra não amá-lo mais do que já ama. Ele tem um caminho muito bem disposto já traçado, não há motivos para defazê-lo. Ela não será responsável por nada que cause uma dor além da sua.



Depois?...é tudo isso que eles têm agora




"Eu quis te conhecer, mas tenho que aceitar, caberá ao nosso amor o eterno não dá..."

2 comentários:

Berkmis Viana disse...

Dayse...

Que lindo texto, que descrição...

Não sei, me senti tão incluso neste texto...

O amor, a incerteza...

As vezes a gente se abarrota de uma certeza que só quando algo acontece, é que abrimos os olhos...

Mas nem por isso nos é vetado o direito de amar...

O futuro, esse sim, pode ser mais que incerto..


"Essa é a única certeza que restou, porque o depois é muito incerto."...

SAudades,

Grande Abraço,

Berkmis Viana

Berkmis Viana disse...

Ah!

Esqueci...

Outra fã de Marcelo Camelo???

Tudo de bom , não é??

No meu blog tem uma readaptação da música "Mais tarde" do Marcelo...

Olha lá, e diz se gostou...

Xero!