sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Continuando...Sobre o romance ( MILAN KUNDERA)


"O Romance não pode, portanto, ser censurado por seu fascínio, pelos encontros misteriosos dos acasos, mas podemos, com razão, censurar o homem por ser cego a esses acasos na vida cotidiana, privando assim a vida da sua dimensão de beleza" MILAN KUNDERA

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Os opostos se distraem os dispostos se atraem

Os momentos repletos de O Teatro Mágico, me fizeram pensar sobre suas letras...esta é uma das brinlhantes frases da trupe. Creio que a partir dela a verdadeira união das coisas se explica!

Noutro dia assiti uma reportagem que falava sobre as reações orgânicas, os processos bioquímicos do corpo humano frente a experiência de se estar apaixonado. Para o médico a paixão pode ser compreendida como uma descarga de adrenalina (substância responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos) na corrente sanguínea o que promove uma sensação de frenesi e êxtase...já a permanência (é o que está em jogo) está relacionada à dopamina que intensifica este estado de satisfação - a estabilidade. Bom, esta parte esclarecida, restou-me a reflexão: será que isso é tudo?

No mundo inteiro, em toda parte, a qualquer hora, pessoas tentam encontrar respostas para o mistério do amor. Há quem diga que o amor é um jogo onde os opostos jogam juntos, defendem o mesmo lado. Inicilamente até pode ser, naquele momento do primeiro olhar, onde a mágica abençoa. Mas e depois? porque de repente tudo desmorona? falta de ânimo, dopamina, adrenalina...? não parece ser tão simples assim.

A começar, este ânimo precisa ser dual - ânimomeu, ânimoteu. O amor acontece graças ao investimento mútuo; reciprocidade é o seu lar! Não basta jogar no mesmo lado, é imprescindível que se joguem lá...sem reservas nem ressalvas.

Não discordo da prudente certeza que a ciência pretende sempre conferir às coisas. A dinâmica biológica do sentimento faz seu próprio sentido. Contesto apenas o fato de que tudo se resuma dessa forma. O relacionamento humano, justamente por ser humano, não se detém na simples justificativa natural.

O amor sempre será misterioso ("antes do amor o medo, pois nem Deus sabe quem o criou" O TM)...há uma certa resistência a ele, embora seja o bem mais desejado! então se apoiar na objetiva tese fisiológica deve ser também uma forma de se proteger desse medo e/ou fracassos. Pois veja, numa recusa a este sentimento, seria um tanto mais fácil dizer: não posso fazer nada, foi meu corpo que não respondeu bem à sua presença, então decidi partir pra outra, e outra, e mais outra...infinitamente...esperamos a sorte da completude (somos todos metade, ainda que inteiros), só não paramos para pensar: será que já não a tive e desperdicei? preferimos viver na confortável solidão dos opostos...mas é claro que não é tão confortável assim.

Se essa moda pega, os possíveis amores não se permitirão. Porque o amor se congrega na disposição, no querer não só físico, mas no querer racional, cuja a força se revela no sobrenatural humano. É aquela vontade de permanecer atraído(a) por seu disposto - aquela pessoa que te faz tão bem e que se parece tanto com a melhor pessoa para ser amada por ti ( eis a verdadeira alma gêmea). os opostos são coadjuvantes...mais na frente ,é preciso ser protagonista; a crença precisa estar nos dois lados.É a etapa em que os opostos devem estar dispostos..."Serás vida bem-vinda" O TM

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Inaugurando-me


Eis que é chegada a hora de adentrar na prazerosa arte de me fazer sentir, de me revelar....pq não dizer - a mim mesma, através dos processos sorrateiros da mente, através dos recados inconscientes...nessa vida que me cerca cheia de surpresas e desafios; de doçuras e desencontros...

Estar diante de um espelho que ora me felicita ora me assusta, mas me mostra a graça de viver. Pensar, pensar e escrever...escrever- a enigmática tarefa de quem ama e no coração mantém guardado todos os desejos; de quem racionalmente assiste a tudo para então colorir com as cores de sua própria retina...infundindo imagens, segredos, sabores, anseios, amores, receios, a vida...a subjetividade em fim!

Será que me traduzirei nas palavras?A
Até eu quero saber...a resposta começa a ser contruída hj...inauguro-me

e

"tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo" {CDA}